sexta-feira, 11 de junho de 2010

DEZ MIL NA MANIFESTAÇÃO EM DEFESA DO PORTO SUL



Pessoas de toda a região e dos mais diversos segmentos se uniram na tarde desta quinta-feira, 10, numa manifestação em defesa do Complexo Intermodal de Transportes Porto Sul. O ato contou com cerca de 10 mil participantes, que apostam no projeto como uma redenção para o sul da Bahia, que há 30 anos não recebe um investimento desse porte.

Os manifestantes saíram em caminhada das imediações do estádio Mário Pessoa, seguindo pela “Rua da Linha”, Praça Cairu, Rua Araújo Pinho, Praça Coronel Pessoa, calçadões da Marquês de Paranaguá e Jorge Amado, concluindo o percurso na Praça Dom Eduardo. Neste local, representantes do movimento e autoridades que apóiam o porto fizeram discursos destacando a importância do investimento.

O ato foi organizado por organizações dos movimentos sociais, incluindo entidades como Força Sindical, Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras d Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), portuários, estivadores, comerciários, entre outras categorias. Prefeituras como as de Ilhéus, Itacaré e Uruçuca, Câmaras de Vereadores e clubes de serviço, como o Grupo de Ação Comunitária (GAC) de Itabuna, também se incorporam à mobilização “É um mobilização regional, pois interessa a todos nós”, afirma o presidente do Sindicato dos Comerciários de Itabuna, Jairo Araújo.

Apesar de pesquisas de opinião revelarem uma ampla aprovação ao projeto, uma barulhenta minoria de ambientalistas tenta barrar a construção do porto no litoral norte ilheense. Eles apontam problemas de natureza ambiental, por acreditarem que o empreendimento vai destruir uma preciosa área de Mata Atlântica.

“Existe um falso debate provocado por uma meia dúzia que se auto-intitula defensora do meio ambiente. A posição não pode ser a de simplesmente rejeitar o porto, mas sim de discutir como se fazer para se dirimir os impactos, que vão existir sempre”, opina o técnico em agropecuária e administrador Edvaldo Ferreira da Silva. Ele tornou-se um militante a favor do porto e acredita que a discussão deva ser melhorada, incluindo contrapartidas ambientais como “a recuperação das matas ciliares do rio Almada e da Lagoa Encantada, assim como a Mata da Esperança”. O administrador acrescenta que “a falta de oportunidades na região, causada pela ausência de investimentos, tem propiciado até mesmo a desagregação de famílias”.

“MÃO ESTENDIDA” – Também presente na caminhada, o estivador Aldicemiro Duarte declarou que o Porto Sul significa “a redenção da população regional, que está com a mão estendida à caridade há quase 30 anos, com a falência da cacauicultura”. O vereador itabunense Wenceslau Júnior também se referiu ao “abandono” enfrentado pela região nas últimas três décadas. “Agora, que uma união entre os governos federal e estadual permite viabilizar um investimento dessa magnitude, com potencial para mudar o perfil sócio-econômico da região, é preciso que haja um debate mais propositivo”, defende.

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